terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Capitulo 6



Depois de passar tanto tempo me alimentando praticamente de qualquer coisa comestível que encontrasse pelo caminho, acho que qualquer um começa a não mais lembrar o gosto das coisas, tipo um belo bife mal passado. Agora a unica comida que me resta são alguns enlatados que mais parecem comida de cachorro.

Agora já eram 12:00, o sol brilhava no meio do céu azul sem nuvens. Dei uma boa volta pela cidade mas não encontrei nada que valesse à pena, parece que já haviam pegado tudo que podia ter por ali, pelo menos não apareceram mais problemas, a não ser alguns errantes por ai, mas nada que desse trabalho.

Pequenos prédios cercavam a rua que eu estava agora, alguns apartamentos e escritórios. Parei por um instante ali mesmo no meio da rua, comecei a olhar ao meu redor observando tudo. Para onde quer que se olhasse havia destruição, caos, aquele cheiro de morte no ar. Fechei os olhos, e mesmo sem nunca ter passado por aquela rua tentei imaginar como fora esse lugar antes, o barulho dos carros, as pessoas indo e vindo de suas casas, seus trabalhos, por um instante me senti vivo de novo. Abri os olhos e todos aqueles pensamentos se foram como cinzas.

Mais à frente havia um prédio de uns cinco andares,tinha a fachada toda azul o que destacava-o dos outros prédios da rua, que eram todos pintados de cortes sem graça. Resolvi entrar para dar uma vasculhada. A porta de entrada estava estourada como se alguém à tivesse arrombado. Passando pela entrada havia um pequeno saguão com um balcão onde provavelmente ficava o porteiro, à direita tinha um elevador que estava entreaberto e com manchas de sangue por todo lado. Mais a direita tinham as escadas, saquei a arma e comecei a subir. A cada degrau que subia o cheiro de putrefação ficava mais forte, se já não tivesse me acostumado com isso provavelmente agora estaria colocando o estomago pra fora. Cheguei no pequeno e estreito corredor do primeiro andar, um zumbi estava parado de costas no fim do corredor, guardei a arma e peguei a faca, ele começou a se virar até notar que eu estava lá, então veio correndo ou pelo menos tentando correr, quando já estava quase em cima de mim tratei de cravar a faca no seu cranio, sangue espirrou, puxei a faca e deixei que caísse. Fiquei olhando para aquele corpo ali no chão, era um garoto (pelo menos acho que era) que aparentava ter uns 18 anos, mas mesmo sendo um jovem acabou sendo pego, assim como idosos e crianças e qualquer outro ser humano que cruzasse o caminho desses pedaços de merda ambulantes. Não sei como eu, ainda estou vivo.

Girei a maçaneta da porta do apartamento 11 (o primeiro do corredor), estava destrancada, fui empurrando devagar, lá dentro estava complementa escuro (que legal, porque eu não tinha uma lanterna), voltei a sacar arma e fui entrando, quando de repente algo me faze ficar paralisado  Um grito chegou alto aos meus ouvidos, parecia a voz de uma mulher...

domingo, 10 de fevereiro de 2013

Capitulo 5


Lá estava eu caminhando em direção aos barulhos de motores que se aproximavam. Logo três motos atravessaram a rua  alguns metros à minha frente e teriam continuado em frente não fosse por um retardado andando aleatoriamente pelo caminho (no caso, eu). Antes que pudessem sumir de vista, um dos caras que estava na garupa de umas das motos olhando para os lados (acho que para observar o caminho, não sei) me viu.  As três motos pararam e viraram à esquerda, na minha direção. Ficaram parados me encarando.
Continuei andando como se nada tivesse acontecendo. Um deles sacando sua arma gritou:
-Ei você ai!
Eu, continuei seguindo em frente. E novamente o cara gritou:
-Porra!!! Parado ai senão estouro a sua cabeça!!! -
Dessa vez parei, olhei friamente para eles, falei:
-Se continuar gritando assim, não vai ser só a minha cabeça que você vai ter de estourar.

Ele não gostou nada nada do que falei, apesar de saber que eu estava certo. 

O cara aparentava ser o líder daquele pequeno grupo, pois foi o primeiro a tomar a frente da situação e por sua moto ser a melhor entre as três. Era um cara de mais ou menos 1,80 de altura, branquelo, olhos claros, cabelos curtos ruivos, aparentava ter uns 40 anos. Os outros tinham feições mais comuns e aparentavam menos idade. O Alemão (vou chama-lo assim) desceu da moto,guardou sua arma, pegou uma enorme faca que carregava na cintura e veio caminhando até mim, parecia muito irritado com o que eu tinha falado.
-Quem você pensa que é para falar assim comigo? Olhe pra você, está sozinho vagando por ai. Não acha que deveria dar graças a Deus por encontrar pessoas vivas? - disse o Alemão com um sorriso de quem se sente o dono do mundo.
-Não, não acho que eu deveria fazer isso.
Antes que o alemão pudesse sequer pensar em alguma coisa eu ja havia lhe dado uma tacada na cabeça. Ele cambaleou indo de encontro ao chão, sua faca caiu. Seus companheiros já estavam sacando suas armas. Larguei o taco junto com a pancada (que nem nos jogos de baseball sabe?) e segurei o alemão pelo pescoço antes que ele caisse o fazendo de escudo.
-Quem iria imaginar ein? Que eu sozinho  contra seis, iria fazer uma estupidez dessas. Acho que seu chefe estava tão cheio  de confiança que pensou "Que perigo esse pobre coitado pode oferecer?". Mas, só de olhar para vocês, vejo que bando de amadores são. Me pergunto como ainda estão vivos.
Sangue escorria pela testa do Alemão, eu podia até sentir sua dor, mas ele ainda estava vivo.
-Seus idiotas, atirei nele!!! - Se esforçou o Alemão para gritar.
- Isso atirem!! Mas antes as balas irão acerta o seu chefe. Vamos, atirem, afinal todos nós já estamos condenados à morte - Eu estava me divertindo com aquilo.
Os caras nas motos ficaram ali olhando uns para os outros sem saber o que fazer. Eles pareciam assustados, com medo, acho que dariam tudo para não estarem ali.
-Agora, vocês podem ligar suas motos e irem para ondem bem entenderem ou podemos ficar aqui pelo resto do dia. E quanto ao Alemão aqui, ele já está morto. - Ouviu-se um estralho, o som de um pescoço sendo quebrado.

Naquela hora eles podiam ter me matado, mas acho que se sentiram livres daquele cara e simplesmente foram embora sem dizerem uma palavra. Larguei o corpo no chão, peguei sua arma, um revolver taurus calibre .357 Magnum, uma bela arma, peguei também a faca. Arrumei tudo e tratei de apressar o passo em frente.


Nem sempre fui esse tipo de pessoa, fria. Mas para me manter vivo eu aceitei a condição de que não posso ser um cara bom...