Depois de passar tanto tempo me alimentando praticamente de qualquer coisa comestível que encontrasse pelo caminho, acho que qualquer um começa a não mais lembrar o gosto das coisas, tipo um belo bife mal passado. Agora a unica comida que me resta são alguns enlatados que mais parecem comida de cachorro.
Agora já eram 12:00, o sol brilhava no meio do céu azul sem nuvens. Dei uma boa volta pela cidade mas não encontrei nada que valesse à pena, parece que já haviam pegado tudo que podia ter por ali, pelo menos não apareceram mais problemas, a não ser alguns errantes por ai, mas nada que desse trabalho.
Pequenos prédios cercavam a rua que eu estava agora, alguns apartamentos e escritórios. Parei por um instante ali mesmo no meio da rua, comecei a olhar ao meu redor observando tudo. Para onde quer que se olhasse havia destruição, caos, aquele cheiro de morte no ar. Fechei os olhos, e mesmo sem nunca ter passado por aquela rua tentei imaginar como fora esse lugar antes, o barulho dos carros, as pessoas indo e vindo de suas casas, seus trabalhos, por um instante me senti vivo de novo. Abri os olhos e todos aqueles pensamentos se foram como cinzas.
Mais à frente havia um prédio de uns cinco andares,tinha a fachada toda azul o que destacava-o dos outros prédios da rua, que eram todos pintados de cortes sem graça. Resolvi entrar para dar uma vasculhada. A porta de entrada estava estourada como se alguém à tivesse arrombado. Passando pela entrada havia um pequeno saguão com um balcão onde provavelmente ficava o porteiro, à direita tinha um elevador que estava entreaberto e com manchas de sangue por todo lado. Mais a direita tinham as escadas, saquei a arma e comecei a subir. A cada degrau que subia o cheiro de putrefação ficava mais forte, se já não tivesse me acostumado com isso provavelmente agora estaria colocando o estomago pra fora. Cheguei no pequeno e estreito corredor do primeiro andar, um zumbi estava parado de costas no fim do corredor, guardei a arma e peguei a faca, ele começou a se virar até notar que eu estava lá, então veio correndo ou pelo menos tentando correr, quando já estava quase em cima de mim tratei de cravar a faca no seu cranio, sangue espirrou, puxei a faca e deixei que caísse. Fiquei olhando para aquele corpo ali no chão, era um garoto (pelo menos acho que era) que aparentava ter uns 18 anos, mas mesmo sendo um jovem acabou sendo pego, assim como idosos e crianças e qualquer outro ser humano que cruzasse o caminho desses pedaços de merda ambulantes. Não sei como eu, ainda estou vivo.
Girei a maçaneta da porta do apartamento 11 (o primeiro do corredor), estava destrancada, fui empurrando devagar, lá dentro estava complementa escuro (que legal, porque eu não tinha uma lanterna), voltei a sacar arma e fui entrando, quando de repente algo me faze ficar paralisado Um grito chegou alto aos meus ouvidos, parecia a voz de uma mulher...